Quando o zoólogo paraense Nelson de Albuquerque, de 35 anos, foi dar aulas na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), em Corumbá, no início de 2009, ele logo se deparou com uma serpente de duas cabeças. Era uma fêmea de 54 cm de sucuri-amarela. Conservada num frasco com álcool, era usada nas aulas de zoologia. Albuquerque, que é especialista em répteis, percebeu imediatamente a importância do espécime. Ele merecia ser estudado.
Albuquerque tratou de descobrir tudo sobre a cobra. Não demorou em saber que ela havia sido capturada por três moleques pantaneiros, em 1985. A cobra de duas cabeças estava nas barrancas do rio Paraguai, que corre nos fundos do campus. Criados no Pantanal, os garotos não tinham medo de cobra. Capturaram a bicha e a levaram ainda viva ao biólogo Ivã Moreno, que a sacrificou.
Moreno, hoje na Universidade Federal de São Carlos, não estudou o exemplar. O resultado da pesquisa saiu publicado na semana passada no Journal of Natural History. Além das duas cabeças, a cobra tem um par de corações, um par de fígados, dois estômagos e três pulmões.
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